Madrugada
na floresta
O
machadinho desperta cedo
Mesmo
Caipora ainda dorme
Iara
sonífera repousa em suas águas
O
seringal floresce resistência
Bandeira
de marcas do tempo
Ama
láctea das árvores
Joia
verde no meio da mata.
Com
sua faca de sangria afiada e tinindo
O
sangrador fere a casca maltratada
Já
cheia de cicatrizes profundas.
Seringueiras
incontáveis
Novo
veio-seio lactífero aberto
Do
sulco sagrado
Brota
o sustento
Flui
sangue branco
Para
a cuia coletora de sonhos,
Látex,
leite, alma
Da
Floresta Amazônica.
Todos
os dias o ciclo recomeça
Sangra
o homem assentado
Sangra
a mata soberana
Nesta
vida de seringueiro.
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