quinta-feira, 24 de julho de 2014

RESENHA - COLETÂNEA: NADA SERÁ COMO ANTES - DARDA EDITORA



Primeiramente gostaria de parabenizar aos organizadores Alef Dalle Piagge e João Paulo Cabral pelo processo transparente de organização e empenho indiscutível e, que concretizaram este trabalho num tempo bastante hábil; desde a abertura do edital até a entrega dos respectivos exemplares aos autores.
Nada Será Como Antes é uma coletânea homogênea, sem discrepâncias gritantes; os contos possuem uma beleza singular e equilíbrio, alguns nos fazem pensar bastante, outros mais poéticos, são ricos em detalhes e sensibilidade sobre o quase fim. Todos os possíveis pós-apocalipses são construídos brilhantemente por seus autores. A literatura nacional me impressiona mais uma vez com a sua capacidade de encantar e prender o leitor ao seu texto. Nada Será Como Antes é uma obra excepcional.
Nesta coletânea há trabalhos de autores já experientes como de autores iniciantes que em nada ficam devendo. A obra como um todo é muito cativante e bela, o resultado final é excelente. Todos os que compuseram esta antologia estão de parabéns.
A seguir uma pequena brincadeira:
            Depois da Quarta Guerra no Ano 3000 D.M. a humanidade sucumbiu diante A Profecia, todos buscaram O Abrigo, mas como acreditar em algo concreto neste tempo de desolação, O Que é Real? Ninguém sabe! O Arkanorum é uma possibilidade de salvação para as Almas perdidas? Não sabemos ao certo. A Transformação da Terra não poderia ser maior, Pana po’o que o diga. Talvez no fundo nós sempre esperássemos o apocalipse, pois temos consciência do quanto contribuímos para isso. Seja Humana ou não a vontade de mudar, Ainda Somos os Mesmos; mesmo após tudo, O Aparto não pode nos mudar completamente, até A Visita de Chronos que levou a esperança feminina mostrou-se falha. Um Dia Foi... E outro também. Na luta de viver dignamente novamente contamos as horas para o Regresso ao Éden, talvez essa seja uma Passagem Para o Novo Mundo, temos fé, por isso sonhamos que Tudo Será Como Antes uma última vez, mas a dura realidade; por mais que nos iludamos é que falta apenas 102 Horas Para o Fim derradeiro e encontrarmos O Paraíso Perdido dos nossos sonhos, todavia desde o início sempre soubemos que Nada Será Como Antes.

RESENHA - LIVRO: O BOM PARTIDO - ANGIE STANLEY



O universo do reality show em O Bom Partido publicado pela Editora Literata criado por Angie Stanley é fascinante e muito verídico, de uma ousadia ímpar. Sua personagem central Sarah Ballistieri possui simpatia e carisma excepcionais, além de ser divertidamente engraçada. Sarah é uma mulher comum do dia a dia que possui aspirações ao príncipe encantado (Qual mulher não tem?), é que devido à força da Mão do Destino (sua irmã Luna) acaba por ter a chance que definitivamente mudará sua vida e a do bom partido David Stern.
A estória é realmente um conto de fadas moderno com direito a uma princesa ‘às avessas’, um príncipe inseguro, bobo da corte e salvador, fadas madrinhas, e fugindo um pouco da regra, um anjo da guarda, moreno, sexy de asas douradas que é a cara da Beyoncé (que ela não leia esta resenha), uma pífia rainha má, e bruxas modelos magras e egocêntricas com todas as suas crueldades. A grande sacada de O Bom Partido é que o enredo envolvente e fluido não acaba onde esperasse que acabasse; a estória vai muito além do tradicional “felizes para sempre”.
O livro é divertido, colorido, alto astral mesmo nos momentos mais difíceis; Sarah é cativante, ela e David se descobriram em meio a tumultos e situações engraçadas e desenvolveram um sentimento de pertencimento, acolhimento e amor verdadeiro, que terá de sobreviver às provações da magia cruel da mídia e de uma sogra opressora. David em meio aos seus conflitos, e o dever de zelar pelo império da sua família, se verá numa encruzilhada, onde terá que escolher entre o amor da mulher que o fez se autodescobrir e florescer para a vida, e amá-la mesmo com todos os por menores do reality. Escolher entre o amor verdadeiro e afundar sua família na miséria não será uma tarefa fácil.
Somos brindados com momentos hilários com as personagens Druzila e Valdemar, dois anciões apaixonados e sexualmente ativos, pensem no que isso pode gerar. O livro físico em si é um assunto à parte, de acabamento perfeito, diagramação formidável e ilustrações belíssimas, atrevo-me a dizer que O Bom Partido se transformará numa joia rara da nossa literatura por um conjunto de fatores que o tornaram tão especial. Essa obra transcende as suas páginas, é muito maior do que o planejado (acredito eu). O Bom Partido me surpreendeu de muitas maneiras e todas elas, positivamente. Busco palavras, mas elas não me são suficiente.
Como se tudo isso não bastasse o final é um prelúdio para o próximo livro Os Filhos de Ítaca. Angie foi muito feliz nesta obra, e com certeza fará os seus leitores felizes, uma leitura recheada de diversão, risos, excitantes momentos eróticos, muitas trapalhadas, e acima de tudo amor... Amor este que será capaz de superar tudo, todos os obstáculos e ficará a povoar o nosso imaginário, pois Sarah e David são inesquecíveis, mesmo quando se apagam as luzes dos holofotes ou se encerra a última página.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

PROJETO - PEGAÍ



(FOTO 04)
Projeto “Pegaí – Leitura Grátis” aproxima livros e leitores

Uma iniciativa sem fins lucrativos, criada em Ponta Grossa-PR, tem a missão de tirar os livros esquecidos das estantes para que sejam lidos por crianças, adolescentes e adultos
           
O Projeto “Pegaí – Leitura Grátis” é uma iniciativa sem fins lucrativos, não governamental, criado na cidade de Ponta Grossa, no Paraná, e mantido por um grupo de pessoas apaixonadas por leitura e que acreditam que os livros não podem ficar guardados na estante, privados de serem lidos, juntando poeira ao invés de disseminar conhecimento.
Idealizado pelo professor universitário Idomar Augusto Cerutti, a proposta do projeto é simples: propõe-se às pessoas que doem, peguem, leiam e compartilhem livros.
Qualquer pessoa, de qualquer lugar do Brasil ou do exterior, pode doar livros. O PEGAÍ aceita a doação de obras do “gênero literário” (poesia, soneto, romance, crônicas, contos, ensaios e todos os tipos de literatura).
As obras recebidas são catalogadas para que seu caminho nas mãos dos leitores seja acompanhado. E se o livro estiver “velhinho”, com as páginas caindo, não tem problema, ele é restaurado. Todas as doações recebidas são disponibilizadas, gratuitamente, para a população com o único pedido de que eles sejam devolvidos, assim outras pessoas podem desfrutar da mesma leitura.
“Eu sempre quis fazer algo assim dentro da universidade, ter um local onde os acadêmicos pudessem deixar livros lidos e pegar outros. Então, em 2013, eu assisti uma reportagem sobre um grupo de motoboys que estava distribuindo livros em praças de São Paulo e pensei: se eles conseguem fazer isso, por que nós não podemos fazer também? Contei para alguns amigos o que tinha em mente e fui estimulado a iniciar o projeto”, conta Cerutti.
A maneira encontrada para transformar esse desejo em realidade foi criar a “Pegada Cultural”, um evento itinerante que ocorre sempre em locais públicos e com grande circulação de pessoas, como terminais de ônibus, feiras, parques, supermercados e escolas. Aproximadamente 200 títulos, dos mais diversos gêneros literários, são disponibilizados em cada “Pegada”. Estes eventos são divulgados através da Fan Page do projeto no Facebook (www.facebook.com/ProjetoPegai). Além disso, algumas estantes fixas estão espalhadas em locais estratégicos da cidade.
Voluntários do PEGAÍ acompanham a estante nas “Pegadas” com o objetivo de explicar aos leitores como funciona o projeto, motivar a doação de livros e estimular a leitura. Hoje, o projeto tem o apoio de 72 voluntários, pessoas que disponibilizam um pouco do seu tempo para essa ação social.
Os leitores não precisam fazer cadastro algum para poder pegar o livro e ler, e a devolução pode ser feita em vários pontos de coleta espalhados pela cidade de Ponta Grossa.
Fazer com que os leitores entendam a necessidade de devolver os livros ainda é o principal desafio do projeto, mas que foi assumido por todos os envolvidos porque acreditam nessa iniciativa. “Espero plantar uma sementinha nas pessoas. A leitura é muito prazerosa, cria uma sociedade mais crítica, questionadora”, assinala o idealizador do projeto.
Desde julho de 2013, mais de 12 mil livros já foram entregues para os leitores em 42 “Pegadas Culturais”. Destes, 260 foram restaurados e 630 devolvidos depois de lidos.
O PEGAÍ - LEITURA GRÁTIS conta com a parceria de: Supermercados Tozetto, Gráfica i-Print, Gráfica Planeta, Gráfica Santana, Gráfica Inpag, Carbonar - Comunicação Visual, M2 Fotolitos, Maco Brindes, Livrarias Curitiba, Tolemax, Rádio Jovem Pan, Rádio T, Rádio Santana, Rádio MZ, Rádio Mix, Princesa FM, TV Educativa, TV Vila Velha, TV Guará, Jornal da Manhã, Expresso Princesa dos Campos, Viação Campos Gerais, KMM Informática, Linuxponta, Rotary Vila Velha, UQMarca, Ruraltécnica, WinPonta Informática, Adega Viva, Invicto Publicidade e Propaganda, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Produtora Zero Z.

Estantes Permanentes:
Supermercados Tozetto – Filiais: Jardim Carvalho, Oficinas e Uvaranas.
Correios - Agência Centro;
Ponto de Venda da Viação Campos Gerais - Terminal Central da cidade de Ponta Grossa;
Agência do Trabalhador;

Pontos de Coleta (doação e devolução de livros):
2o Cartório de Protestos e Títulos - Cartório Carneiro;
Agência do Trabalhador;
Bibliotecas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) - Campi Central e Uvaranas, e Bloco L no Campus Uvaranas;
Correios - Agência Centro;
CREA-PR - Ponta Grossa;
Delegacia da Polícia Federal;
Padaria Brioche;
Padaria Deguste;
Ponto de Venda da Viação Campos Gerais - Terminal Central da cidade de Ponta Grossa;
Sesi Ponta Grossa;
Supermercados Tozetto – Matriz: Vila Estrela; e Filiais: Jardim Carvalho, Oficinas, Uvaranas.


Extra, Extra! Leitura na sua mão!: www.youtube.com/watch?v=lK1c_q7SeVg
[Divulgação] TV Guará – Rede Massa: www.youtube.com/watch?v=Bg_0zy4OaBg
[Divulgação] RPC TV:

Mais informações sobre o projeto PEGAÍ – LEITURA GRÁTIS:
Fan Page: www.facebook.com/ProjetoPegai.
E-mail: contato@pegai.info.
Fone: (42) 9917- 4888.









Assessoria de Imprensa: Talita Moretto.
Contato: talitamoretto@salaaberta.com | (42) 8815-9473.
Créditos das fotos (em anexo): Idomar Cerutti.
Foto 01: Pegada Cultural no Terminal Central de ônibus da cidade de Ponta Grossa.
Foto 02: Pegada Cultural na Feirinha do Produtor, em Ponta Grossa.
Foto 03: Leitores na estante do PEGAÍ.
Foto 04: Voluntária Bruna Meller Schmidt.
Foto 05: Voluntária Elaine Mayer.
Foto 06: Voluntária Maria Angélica Dantas.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

CRÔNICA: O QUE OS OLHOS NÃO VEEM - HEBANE LUCÁCIUS



(Crônica Em Feitio De Carta)

    
            Há muito, me tens pedido que te transmita minhas sinceras impressões acerca da consagrada frase “O que os olhos não veem, o coração não sente.”.
            Pois bem. Assim o farei. Todavia, solicito-te que não procures compreender minha opinião como o fruto de um conceito geral. Afinal, há muitos cegos de nascença que, talvez, por não serem artistas, não pensam como eu.
            Penso, primeiramente, que, na referida frase, o termo “coração” atua como uma representação, não sei se metafórica ou metonímica, do termo “alma. Podendo-se, portanto, reescrever o período dizendo: “O que os olhos não veem, a alma não sente.”
            Admitindo-se tal possibilidade, não hesito em afirmar-te a incorreção da frase e assim procedo pela seguinte razão:
Entendo que cada sentido físico se apresenta como um correspondente imperfeito e incompleto de um sentido maior de raiz anímica.
Deste modo, levando-se em consideração o caráter íntimo do vínculo existente entre as instâncias física e anímica do ser, tem-se, por exemplo, a visão do corpo como uma representação imperfeita e incompleta de uma visão maior originária da alma.
            Sendo assim, torna-se compreensível que, se um sentido falta ao corpo, o sentido anímico a que ele corresponde se desenvolva com maior intensidade, buscando preencher-lhe a ausência.
            Plausível aos que creem na existência da alma e inconcebível para os que a consideram um elemento fixional, este raciocínio conduz à ideia de que aquilo que os olhos não são capazes de ver é, justamente, o que o coração pode sentir de maneira mais completa, mais perfeita e mais intensa, o que vem comprovar a insustentabilidade dos argumentos que servem de base ao dito popular em análise, uma vez que, o que o corpo experimenta nada mais é do que somente uma pequena amostra das sensações que, de modo bastante amplificado, atingem a alma.
            O corpo é, simplesmente, um instrumento da alma. Capta-lhe as vibrações, mas é ela quem o rege.
            A alma sobrevive à a cessação das atividades do corpo e, ao sobreviver, não deixa de sentir.
            A alma é a sede de todos os sentimentos e, por conseguinte, de todos os sentidos e de todas as sensações, seus desdobramentos.
            Espero que tenhas compreendido minhas considerações e que, caso não tenhas concordado com elas, pelo menos, não as leve a mal.
            Envio-te, anexo a estas linhas, um fraterno abraço.

Observação do Blogger: Hebane Lucácius, escritor inhumense, mestrado pela Universidade Federal de Goiás, autor do livro Afrofilia (2012) publicado pela Editora Multifoco. Um grande escritor, que encanta com suas palavras, apesar de toda adversidade (deficiente visual de nascença). Está crônica surgiu a partir de um questionamento pessoal sobre o que os 'cegos' pensam a respeito do ditado popular "O que os olhos não veem, o coração não sente".