quinta-feira, 30 de abril de 2015

POESIA - VAGO NADA - THIAGO LUCARINI





Paredes brancas
Cama abandonada
Lençóis lisos
Travesseiro intacto
Louça limpa
Casa arrumada
Sem brisa
Sem noite
Sem dia
Vida vazia
Vago nada
Preenchido de tristeza
(e solidão).

POESIA - VAGO INFERNO - THIAGO LUCARINI





Violado padeço, solitário
Coração arrancado, triste
Sangrando, naufragado em desespero
E eu ilhado neste vago inferno
Aéreo, terreno, subterrâneo
Inferno, ilha, sem lados
Tudo só me leva para dentro
(de mim)
Prediz o fim almejado
(sozinho afundo)
Neste oceano de lágrimas
Amargas, vagas, vagando
No meu vago e cheio inferno.

POESIA - VAGA FRONTEIRA - THIAGO LUCARINI





Vida amarrada na cauda do cometa
Embebida em calda de chocolate
Terás cauda de primata?
Ou fora modelada,
A partir do chocolate (barro) de Deus?
Vaga fronteira sua origem
Esbarra no universo e no humano.
Dois caminhos ou um só?
Talvez, tudo deságue no mesmo rio.

POESIA - TEBAS E LESBOS - THIAGO LUCARINI





Uma eternidade solar, deuses
Afrodite e Cupido jogam
De sangue e sal, raízes se confundem
Os amores da Grécia Antiga floresceram:
Sem qualquer espera comum.
União e devoção bélica
No Sagrado Batalhão de Tebas
Guerreiros amantes, incomparáveis
Sem traição, ardil ou engano
Até o batalhão ser sobrepujado.
Indo na contramão, Safo, poetisa, solitária, e
Suas mulheres plantadas na ilha de Lesbos
Colhiam flores e rosas, na busca de afugentar
O perfume da solidão deixado
Em suas casas frias, vazias e tristes.
No fim, queriam todos: Tebas e Lesbos
Apenas estar ausentes da miséria pessoal.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

POEISA - AURIGA E O CARRO (ALMA) ALADO - THIAGO LUCARINI



Um cocheiro sábio
Conduz um carro alado
Guiado por dois cavalos distintos
Um: nobre, sensato, sempre prudente
Precavido até demais.
O outro: impetuoso, inconsequente
Imprudente demasiado.
O auriga tinha inúmeros problemas
Na harmonia da condução
Dessa biga voadora
Pois, os cavalos ambíguos
Nunca entravam em consenso.
O cocheiro precisava ser a razão
Para que tudo saísse bem, desse certo.

Auriga e seus cavalos vagam pelo Céu Celeste
Tão humanos, tão reais, tão vivos, tão atuais.
O intelecto (auriga) regendo a alma
E seus dois animais condutores ao equilíbrio
O impulso racional e moral (cavalo nobre)
E o ímpeto passional instintivo
Descuidado (cavalo impetuoso).
Auriga eterno e bom:
— Conduza-nos a iluminação.
Em suas mãos, rédeas, régias,
Dê auxílio a estes:
Corações, almas, cavalos.
Ao nosso amanhecer.