sexta-feira, 29 de maio de 2015

POESIA - PÓLEN - THIAGO LUCARINI





Tristes são as flores julgadas pela beleza (unicamente)
Vagas são suas pétalas, corolas e perfume do viver.
Ouro em pó, pólen da vida espalha-se pelo mundo,
Através das patas mínimas de borboletas e abelhas.

Profundas são as flores que gestam os frutos
Verdes e duros que bebidos de outono amadurecem.
E pensar que toda fruta se faz do ouro das flores, pólen.
Coroa das flores criação Divina,
Benditas sejam as flores dos olhos de Deus.

POESIA - ESTÁTUAS DO CEMITÉRIO - THIAGO LUCARINI





Olhos de pedra sem lágrimas contemplem o firmamento!

Ó estátuas do cemitério
Por que olham todas para baixo
Rumo à cova e o enterrado?
Creio que o motivo deste pescoço inclinado,
Não sejam as flores deixadas.

Olhos de pedra sem lágrimas contemplem o firmamento!

Estátuas do cemitério tenham fé
Olhem para cima
Pois a alma a sete palmos
Ascendeu ao Céu Altíssimo.

Olhos de pedra sem lágrimas contemplem o firmamento!

POESIA - ACIMA DE TUDO - THIAGO LUCARINI





Acima de tudo
De tudo mesmo
Somos humanos
Humanos passíveis
De erros e acertos
Amores e ódios.
Acima de tudo
Podemos escolher.
Somente a escolha
É a cartógrafa
Da vida.

POESIA - ABISMOS DA MORTE - THIAGO LUCARINI





Uma alma que se vai
Uma ausência que fica.
A morte abre buracos
No seio frágil da vida.
Resta-nos a saudade
Dos que caíram
Nos abismos cavados
Pela morte
Na ilusão do dia.

POESIA - MEU MONSTRO TEMPO - THIAGO LUCARINI





Há um monstro
Nunca ausente
Jamais vago
Faminto.
Ele morde minha carne
Humana e insossa
A cada segundo
Fazendo feridas de idade e sabedoria.
Meu monstro — tempo —
Residente à rua: Ponteiros Apontados Para Alma.