sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

POESIA - LÁZAROS - THIAGO LUCARINI


Minta pra mim enquanto é tempo,
Talvez assim, eu acredite
Que de alguma forma divina
Nós possamos continuar
Frente a um milagre inesperado
Além de algumas sensações esquecidas,
De algumas emoções secas e vazias,
De um coração que já não bate.
Minta pra mim, e talvez, eu creia
Na vida após a morte.
Minta pra mim
E assim, nós seremos Lázaros.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

POESIA - ESTRELA IMPEDIDA - THIAGO LUCARINI


Fora negado pelo céu
O meu direito de brilhar,
Era chuva a encobrir
O sorriso do firmamento
E entendi o seu sofrimento.
No escuro altíssimo, encolhida
No esquecimento dos olhos
Precisei brilhar para dentro,
Pois era estrela impedida
Numa noite de mau tempo.

POESIA - CORPO MORTO - THIAGO LUCARINI


Choram os anjos acima de nós,
Pois sabem que de toda magia
Restam apenas velhas fotografias
Guardadas numa memória vazia.
Choram os anjos, eu choro mais,
Devido ao sorriso estático e vencido,
Ao abraço que não mais aquece,
Ao toque que já se esqueceu de mim.
Toco a fotografia, é fria,
Corpo morto da nossa relação.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

POESIA - ADEUS AO SOL - THIAGO LUCARINI

quando as últimas palavras foram ditas
todas as cores saíram de mim,
pois era um adeus, e todo adeus é
naturalmente sem cor, pois não bebe da alegria.
palavra fria, feita de distância não escolhida e saudade.
de dentro ressoa o eco
de um mundo já passado,
intocável e imutável,
mas, quente, por nele existirem
velhos sorrisos doados
em tempos de inabalável Sol.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

POESIA - QUANDO ESCURO - THIAGO LUCARINI


Um grão de areia
Caiu do olho da estrela
E incendiou-se a meio caminho
Da imensidão daquele infinito
Contido dentro do meu coração
Assim não me apaguei antes do tempo
E quando a manhã veio
Eu já era sol.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

POESIA - PELE DAS ESTRELAS - THIAGO LUCARINI

debaixo da luz
tua pele resplandece
feita de sonho meu
e tinta das estrelas deste céu
hipotético,
e no silêncio dos postes
você brilha, vibra, é vida
na escuridão dos meus lençóis.
quando abro os olhos,
são eles farol da minha ingenuidade
a manterem tua pele sagrada
e quente.