terça-feira, 17 de setembro de 2019

POESIA - MAR DE ARAL - THIAGO LUCARINI

Lágrimas destituídas do sal
São águas quaisquer sob o Sol
Alheias ao que de mim
Faz parte daquele eu fulcral.
Meus olhos secos de sorrisos
São como o mar de Aral,
Roubado de si, transposto, tóxico,
Desértico e salino de feições e afeições.
Sou mar, morto.

POESIA - ÁRVORE - THIAGO LUCARINI


Meus pés são raízes
Meu coração é fruto
Da árvore que sou.
A cabeça é copa,
Suporte pra corda,
Cadafalso, mas também
Flores, recomeço, alguma cor.
Sou árvore de ninhos e ciclos,
E a minha sombra pode ser
Descanso ou rasteira serpente,
Claro, que isso depende
De quem sentar embaixo.

sábado, 14 de setembro de 2019

POESIA - VESÚVIO - THIAGO LUCARINI


Meu mundo, Vesúvio,
Intermitente despejo
Sobre meus olhos frios.
Chove cinzas secas
Cobrindo toda a cor
Que faz de mim, vida.
Chove cinzas e por elas
Serei arrastado e no teu útero
Estéril serei parte esquecida
De tudo aquilo que queimou.