quarta-feira, 29 de abril de 2015

POESIA - JACINTO - THIAGO LUCARINI





Um dia comum; manhã
Apolo retira sua carruagem de sol
Da garagem de nuvens
E cruza a abóbada do firmamento
Pela orientação dos ponteiros.
Apolo olhando os verdes prados
Vê Jacinto, belo rapaz
De encantos suaves e candura.
Apolo enamora-se por sua beleza
Com sabor de juventude e verão.
Jacinto, deleite do deus solar
Apolo sem medo se envolveu
Em lira e poesia, ao seu amado
Jacinto não dava um passo
Sem estar acompanhado pela divindade.
Todavia, o ciumento Vento Oeste, Zéfiro
Queria o distinto Jacinto para si
Contudo, ele amava Apolo, somente
Furioso, enquanto os enamorados
Improváveis e acima de qualquer julgamento
Jogavam discos de pedra, Zéfiro
Com um sopro de vento cruel
Desviou o disco arremessado por Apolo
Acertando-o mortalmente
Na cabeça, do indefeso Jacinto.
Pobre rapaz morreu nos braços
Do seu deus amado (incondicional).
Apolo, perturbado e sozinho
Perdeu seu companheiro e amigo perfeito
Tombou suas lágrimas salgadas de dor
Sobre o cadáver quente do seu amor
Transformando o bom Jacinto em eterna flor.
Aquele fora o dia, em que o sol (Apolo)
Dormiu ansiando nunca mais ter que acordar.
Mas, a manhã chegou, e hoje, lá de cima
Apolo vê lá embaixo, nas primaveras
A dolorida, colorida lembrança
Do seu maior bem-querer em flor (Jacinto).
Ai, ai.

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