segunda-feira, 30 de julho de 2018

POESIA - PEIXE VOYEUR - THIAGO LUCARINI

Sinto-me sozinho
De uma maneira estranha,
Porém totalmente familiar.
Estar restrito a redoma 
Me é essencialmente habitual.
Sou peixe no aquário para apreciação
Jamais para toque ou estar junto.
Ser solitário é exibicionismo
De alguma forma. O misterioso é meu lar
E tenho algo de frio devido minhas águas
Por mais que haja bom Sol e promessas.

domingo, 29 de julho de 2018

POESIA - MATAR A FLOR OU AMADURECER O FRUTO - THIAGO LUCARINI

Cabe ao tempo 
Redimensionar as coisas
Dar novas perspectivas
Aparar arestas dolorosas 
Diminuir ou diluir emoções
Aumentar mínimos despercebidos 
Equilibrar ou apagar eventos
Matar a flor ou amadurecer o fruto.
Cabe ao tempo 
Dar proporções reais
Ao coração dos homens. 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

POESIA - TRANSIÇÃO DE ESTAÇÕES - THIAGO LUCARINI

O frio me deu 
Uma coroa de gelo
Que não pude negar 
Por uma longa estação.
Até que meu pálido coração
Começou a bater feito um tambor
Aquecendo rápido todo meu eu.
Logo a coroa derreteu e fez-se chuva,
Pois chegou sobre mim, primavera
Tempo de, enfim, florir, sorrir.

domingo, 1 de julho de 2018

POESIA - ESPÍRITO SEM EXORCISMO - THIAGO LUCARINI

Feito a presença de um fantasma
O teu perfume apareceu no ar
Misterioso, não físico, perigoso
Como toda lembrança que arde
No meio da noite, mas que não ilumina.
Teu perfume veio-me além da distância
Atravessou nortes e mortes não ditas.
Será uma parte tua que ainda me quer
Ou algum espírito sem exorcismo
Que invoquei só pra não te esquecer?