sexta-feira, 31 de outubro de 2014

MICROCONTO: O JARDIM - THIAGO LUCARINI



Um homem sentou-se num banco de praça; minutos depois outro homem colocou-se ao seu lado, apresentou-se como o Diabo e perguntou:
— Bom homem, gostaria de dar uma breve olhadinha em toda a sua vida futura?
O homem observou-o, sorriu e respondeu:
— Não, obrigado. Infelizmente só me interesso por aquilo que desconheço.

POESIA - O BEIJO DE AFRODITE - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI



Um amor fatal, visto como vindo,
Das forças do mal, onde por vezes,
Torna-se proibido,
Não podendo dizer que é amor,
Nem sequer demonstrar que é amor...
Amor,
Uma palavra,
Tantas vezes confundida,
Como desejos carnais e prazer,
Amar não é só sexo e,
Sexo nem sempre é amor,
Posso até fazer sexo sem amar,
Mas não faço amor sem amar.
Neste mundo cruel desperto,
Essa ânsia de amar,
Eu sempre serei livre de amar?
Sim, um direito meu,       
Posso amar sem tocar,
Apenas sentindo,
Se me perguntar como,
Darei-lhe um exemplo,
Não ama uma música,
Um perfume, um aroma sem tocar?
Isso não é amar?
O que seria então do platônico?
O amor tem várias vertentes,
É enchente,
Isso é fato!
Vem das areias do tempo e,
Nasceu antes do pecado original,
Talvez, seja o fruto proibido,
Desde o início o buscamos,
Encarnações e gerações, nós atravessamos,
Na busca por ele,
Sentimento duo e recíproco,
Espuma branca orvalhada,
Desejamos ardentemente,
O beijo de Afrodite,
Uma flechada do Cupido.
Fogo do Criador,
Senhor da humanidade,
Guia humano,
Semente transcendental,
A passar e superar,
Vida, tempo e morte.
Amor,
Bateria da vida,
Propulsão do sorriso,
Pai dos amantes,
Amigo da poesia,
Arte divina,
Razão do existir,
Vai-se com o vento e,
Semeia-se nos corações,
E perpetua-se num ciclo,
De renovação.
Ah, esse amor!

“Ah, o amor! Coceira da vida humana, semente do coração, todos esperamos seu toque, e envolver-nos em seus braços e quem sabe ganhar O Beijo de Afrodite”.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

POESIA - A NOTÁVEL - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI

Pelos cantos e,
Desencantos da vida,
Paira a solidão,
A olhar-me,
E envolver-me,
Nos teus frígidos braços,
Fantasma da meia-noite,
Sombra do meio-dia,
Visita-me constantemente,
Mas, indelicada,
Não traz flores.
Nas noites,
Em cama vazia,
Sempre ao meu lado,
Na minha casa abandonada,
Acima dos ombros.
Solidão companheira,
Sua presença é a única,
E confesso,
Às vezes me satisfaz,
Basta-me tê-la,
Afinal, toda amante tem defeitos,
Assim como tenho os meus.
A solidão nem é tão má assim,
Ela nunca me decepciona,
Nem tão pouco me abandona,
Ela cura e sara,
Todas as minhas cicatrizes,
Ela me protege de multidão,
Carregados de falsos sorrisos,
Onde ninguém vê; ninguém,
Não faz criar ilusões,
Nem tão pouco paixões surrealistas,
Quem pudera aprisionar a minha alma,
O meu amor se a solidão,
É a minha fiel e única companheira,
A ela me entrego por completo,
Sejamos um só, eu e você, solidão,
Sirvo-nos,
Com uma taça de pranto e,
Brindemos a agregação,
Da solidão com o meu eu.
Venha, junte-se a nós,
Não exigimos nada demais,
Apenas uma vida e,

Uma dose de sobriedade.

OBS: Nos recôncavos da alma, ela se esconde, perene e bela, a notável da vida, solidão.

POESIA - ZÊNITE DAS ROSAS - THIAGO LUCARINI

Rosas não descansam,
Ociosas cultivam a beleza.
Zênite celeste, o crepúsculo chega,
Imaculado e puro.
Lépido anoitecer cobre as rosas sutilmente,
Despedem-se do dia e vão sonhar,

Ansiando em serem guerreiras a cavalo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POESIA - ROMEIRO DO ACASO - PETER PIRES & THIAGO LUCARINI



Meus pés não doem mais,
De espírito nômade,
Vagueando os trilhos da vida,
Sou viajante, romeiro,
Numa caminhada árdua,
Por vezes, sem rumo certo,
Em busca de um sonho,
Atravesso desertos áridos,
Campos floridos,
Paisagens deslumbrantes,
Outras degradantes,
Mas, com todos eles aprendo,
Cresço e floresço.
Busco campos e palácios,
Sementes e carvalhos,
Trazendo no cerne,
Incontáveis segredos e desejos,
Sou alma peregrina,
Viajante, errante, sonhadora,
Carrego apenas uma pequena mala,
Chamada: coração.
Caminho sob chuva e sol,
Sigo a trajetória definida,
Pelo acaso,
O tempo e vento,
São meus companheiros,
Um me dá sabedoria,
O outro bagunça os meus cabelos,
Sou assim, indomável,
Em minha peregrinação,
Pela existência.
O meu Sopro Divino,
Foi andante, caminhante,
Pelas quatro direções,
Sem fixar raízes,
Sigo a procura de amizades,
Anseios e amores,
Mesmo com pés cansados,
Não desisto,
Pois a cada passo dado,
Sei que posso encontrar,
Uma nova aventura,
Uma flor,
Um amigo.
Um santuário,
Talvez Deus seja aventureiro.
Sei que a estagnação me entristece,
Deixo a quietude para a morte.
Bem, tá na hora,
Vou caminhando,
Sem rumo e paradeiro.
Meu endereço?
O mundo.

OBS: 

Quem nunca quis viajar? Andar sem rumo e direção, a alma humana é viajante, peregrina das direções, os pés até podem vacilar, mas o desejo de seguir adiante, não terminará nunca, todos nós somos de alguma forma Romeiros do Acaso.