Noite
de lua cheia no sertão goiano
O
violeiro triste repicou sua viola
Embaixo
de um ipê florido
A
melodia inundou a terna noite
Um
lobo-guará uivou ao longe
Igualmente
solitário
O
violeiro chorou de saudade dela
A
dama de branco que o deixou.
Não
muito distante dali, um velho
Pôs
fogo no fogão a lenha
Ligou
o radinho de pilha
E
acendeu um cigarro de palha
A
música sertaneja soou suave
Arrancando-lhe
silenciosas lágrimas
Rogou
a misericordiosa Nossa Senhora:
“Por
favor, Mãe Santíssima”
“Traga
minha velha de volta.”
Lua,
violeiro, ipê, lobo-guará
Velho,
velha, todos unidos
Numa
única raiz caipira orgulhosa.
E
a noite seguiu rumo ao amanhã
Embalada
em acordes sertanejos.
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