sábado, 28 de março de 2015

POESIA - MÁRTIR - THIAGO LUCARINI





Pés descalços
Pernas feridas
Desfaz-se em pó
Reconstrói-se em alegria
Curvado sobre o fardo da vida
A fé alimenta o fogo divino
A paixão do crédulo verdadeiro
Mãos calejadas, sábias
Terça, quarta parte da salvação
Segue a romaria santa
Mesmo nas montanhas da ignorância
Nas pedras pontiagudas da maldade
No vazio sem crença
Vai aonde precisar ir
Sem importar-se com danos
Ao próprio corpo surrado
A casca substancial do existir
Mesmo ferido, ensanguentado
No rosto o sorriso do calvário
O sacrifício seu dom eterno
O mártir vai à luta pelo o que crê
Para que outros creiam e sejam salvos
Representante humano
Da força de Deus.

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