Falaram-me
que sou um inútil
Que
essa arte subjugada de escrever
Não
leva a nada.
Perguntam-me:
—
O que faz da vida?
Respondo:
—
Escrevo.
Primeiro
vem à cara de espanto
Depois
tornam a repetir a blasfêmia:
—
Mas o que faz da vida?
Pobres
escritores vagabundos
De
ossos ociosos do ofício
Nunca
são levados a sério
Não
veem a ocupada vida
Daqueles
que julgam serem desocupados
Não
veem que escritores
Vivem
a cultivar sonhos e feridas
Em
palavras vivas da carne dos dedos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário