sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

POESIA - LITHIUM - THIAGO LUCARINI


Eu tomo estes comprimidos
Farsantes coloridos, antidepressivos
Como galinha afoga-se em milho
Tolo, triste e sozinho
A vela-solidão acende sua chama
No meu quarto vazio
Cama, casa e coração choram a perda
De quem se foi para nunca voltar
O lençol meu fantasma particular
O travesseiro descanso das lágrimas
Só resta-me à melancolia
Pseudo-felicidade em pílulas, e

Estes malditos comprimidos.

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