sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

POESIA - FADO DOS DESESPERADOS - BENJAMIM DAMINELLI & JOÃO BERNARDO HOFFMAN


Fui um tolo irremediável
Deixei escorrer involuntariamente
Por entre meus dedos falhos
O que eu possuía de mais precioso
Hoje pago o fado dos desesperados
Percorro caminhos na escuridão
Quase intransitáveis
Arrastando-me entre abismos
Meus pensamentos são frios
Como a frieza do mármore
Vago cego pelo declínio da vida
Aonde encontro apenas sangue e feridas
Minhas palavras de ordem
Devastação, ruína, destruição.
Quem sou eu?
Caos ou cacos?
Não sei!
Por favor, diga-me você.
Talvez tenhas uma perspectiva melhor
Da essência falha que sou
Caio, padeço, sofro, erro
Preciso de um anjo bom
Para dividir a densa cruz
Ou talvez dar-me asas
Para que eu possa
Sair deste buraco abaixo da vida
Do inferno no qual me atirei

Piedade, Senhor, Piedade.

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