sábado, 9 de maio de 2015

POESIA - FLOR DE ALGODOEIRO - THIAGO LUCARINI





Flor de algodoeiro
Suas pétalas de ouro primaveril
Anseiam serem brancas nuvens baixas (sem chuva).
Flor de algodoeiro
Gesta em sua corola maciez e sensatez
Tece sonhos, feito aranha tímida
E dorme nos fios da própria rede (teia)
Esperando ser (um dia) bom tecido,
Bela roupa, colorida, divertida
E quem sabe voltar a ser flor (de novo)
Agora estampada para sempre
Numa peça de vestuário de tenro algodão.
Flor de algodoeiro
Falas de roupas e eternidade
Mas, pergunto-me curioso
Quem te vestiu com um pedaço macio do céu?
Como desabrochas nuvens fofas com raízes
Tão firmes em terra dura?
Ó flor de algodoeiro: milagre das flores.

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