quarta-feira, 6 de maio de 2015

POESIA - RÉQUIEM - THIAGO LUCARINI





Pouso minha alma, neste vale
Lápide, brumas do fim da noite
O dia chega cinzento, moroso e frio.
Meus olhos são daltônicos para a felicidade
Suas cores me são invisíveis; nada possui sentido.
Nenhuma epifania divina, somente epitáfios
Desistir sempre pareceu ser tão fácil
Enfim, talvez, na morte ache meu réquiem
Um descanso nas pálidas nuvens do céu
E se eu encontrar morada nas tristes nuvens:
Desejo que meu corpo (alma) se desfaça
A cada toque dos pingos de chuva (interna)
Assim, eu me tornaria água
Seria rio, seria mar, seria um infinito oceano
Diferentemente do nada aonde me encontro.


* Poesia baseada no meu livro Réquiem lançado pela Editora Multifoco em 2012.

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