Percorro
imensidões de rodovias e chão
Trajando
o luto negro do asfalto
Cultivando
a lembrança de um afago
Daqueles
distantes que tanto amo.
Nesta
boleia de caminhão
Durmo
nos braços da solidão,
Boleia
tão pequena, tão grande
Tão
apertada e tão vazia, sem família.
Viajo
pelas estradas, caminhos sem fim
Ansiando
que algum deles me leve
De
volta pra casa (sonhada).
Caminhoneiro,
seu cancioneiro guarda
Notas
profundas do ronronar do motor e da tristeza,
Na
parada da noite, um suspiro, um lamento
Vaza
óleo dos olhos, e piche negro do coração
Caminhão
e caminhoneiro choram num sonho de ontem,
O
dia já vai nascendo, fervendo o asfalto
Hora
de pegar de novo a estrada
Nesta
marcha solitária de caminhoneiro
Andante
errante, querendo acertar
No
fim da jornada e dizer:
—
Estou em casa.
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