terça-feira, 29 de dezembro de 2015

SONETO - MONTENEGRO - THIAGO LUCARINI

A Fernanda Montenegro

Atriz é uma rosa que se abre na primavera
É a rosa que chora suas pétalas no inverno.
É a iluminação através do sonho eterno
É o grito do mar vestido de bolhas e espera.

Nestas linhas faciais de plena expressão
Ressoa o canto de mil vidas advindas
De frágil papel virginal sem berlindas.
Sobe o sopro cicerone do palco extensão

Deste corpo-tela a ansiar nova interpretação.
A atriz é pérola, é o pardal, é a cobra, é o corvo,
É a representação de outro, sobre si sem estorvo.

Uma estrela central, o oceano, um Montenegro
Que revela alvura de plácidos passos trilhados

Dama de finas tramas, Fernanda de belos atos.  

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