IMAGEM: Camilla d'Errico
Anjo
retorcido, sem asas
Entre
estilhaços e cacos.
Corvo
de metal amassado
Flores
de sucata jogada
Raios
de aros empenados
Carcaças
de acidentes rodoviários
Armaduras
sem combate
Latinhas
de cerveja furadas no chão
Armação
velha de guarda-chuva
Sem
cobertura não ampara chuva.
Arabescos
de latão
Navios
naufragados em lama
Latas
de tinta sem qualquer colorido
Alumínio
batido, desgastado,
Moedas
de estanho sem mercado.
Vejo
o voo surdo de uma
Borboleta
torta, sem antenas
Antigo
ímã de geladeira
Condensado
em ferro barato.
Fios
condutores queimados
Ossos
fraturados, remendados
Com
brilhantes pinos de platina
Aço
cirúrgico, inoxidável, estéril
Abre
o cerne de uma nova geração.
O
cobre vermelho de circuitos eletrônicos
Parece
veias levando dados, informação.
Baterias
velhas sem fluido
Perdeu
sua alma de ignição.
Teclados
com fome de letras
Nada
dizem, sem conexão.
Ouro
raro de solda de placas
Robôs
num útero em produção.
Ferragens
e ferrugens
Tudo
se desdobra e oxida
E
só se tira as rugas de uso
Na
fundição de um novo
Ser
metálico polido como o sol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário