quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

POESIA - BARRIL DE PÓLVORA - THIAGO LUCARINI





Houve um tempo neste acontecimento
Chamado amor em que tudo fora belo

O inverno incrédulo chegou arrasando
O sentimento mais-que-perfeito das estações

A boa relva secou expondo o solo fragilizado
Aquele amor cresceu num solo ruim, pouco aderente

Cheio de infindas excrescências e de parca fertilidade
Bastou vir o tempo de dificuldades para morrer

Para transformar-se em pó, escorrer vale abaixo
Nos olhos, o quê antes era conexão e devoção

Hoje é um barril de pólvora com pavio aceso
Consumido-se, consumindo-se, consumindo-se

No aqui-agora deste amor murcho e morto pelo frio
De escassa dedicação só resta uma bêbada solidão

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