terça-feira, 1 de dezembro de 2015

POESIA - DRONE DRAMÁTICO DROMEDÁRIO - THIAGO LUCARINI

O drone estava cansado
De o seu uso militar.
“Uma ferramenta não tem alma.
O advertiram, mas o drone
Achava isso o maior
De todos os absurdos.
Conviveu demais
Com os humanos
Levando mensagens
Espiando na surdida
Fotografando, até selfie fez
Acabou se humanizando.
Como poderia não guardar
Um pouco daquelas sensações
De missões vividas.
Aquele era um nato
Drone dramático.
Ele sonhava em deixar de ser
Máquina funcional
Com bloqueio sentimental.
Ele gostaria mesmo
De ser um austero
Dromedário do deserto,
Que apesar da sequidão
A sua volta, conseguia
Resistentemente viver

Sui generis.

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