segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

POESIA - YUMÊ E O VESPEIRO DENTRO DA CABEÇA - THIAGO LUCARINI


Milhares de marimbondos em minha cabeça. Brigando e morrendo dentro do meu crânio, seus corpos se amontoando por trás dos meus olhos. Picando e picando.
Andrew Pyper

Milhares de marimbondos em minha cabeça.
Yumê era uma garota esquisita,
Pensava demais e o tempo todo.
O cúmulo da estranheza fora quando
Saiu uma vespa do seu nariz
E pairou defronte seus olhos claros.
A partir daquele dia, Yumê
Notou que os seus pensamentos aumentaram
Brigando e morrendo dentro do meu crânio,
Eram um turbilhão desconexo, e mais vespas
Saiam pelo seu nariz num zum-zum frequente.
Ninguém se atrevia a chegar perto dela
Pois a metros de distância da garota
Dava-se para escutar o zumbido alto das vespas
Dentro da cabeça da menina esquisita.
O cérebro de Yumê tornou-se um vespeiro
seus corpos se amontoando por trás dos meus olhos.
Quando em dúvida ou preocupada
As vespas ferroavam o lado interno
Picando e picando.
Do seu crânio gerando dores constantes,
O trânsito dos insetos pelo seu nariz aumentava
E Yumê quase enlouquecia com tal situação.
Porém assim, que ela resolvia seus problemas
Seu vespeiro craniano se acalmava
Chegando a um limite suportável.
Ninguém nunca soube explicar o porquê
De os pensamentos de Yumê
Transformaram-se em vespas
Sabe-se apenas que ela conviveu
Com seus pensamentos-vespas até
O seu último dia sobre a face da Terra,
Assim que morreu Yumê
As vespas saíram todas pelo seu nariz
Indo elas habitar o mundo.
Qualquer vespa a vagar por aí
É um pedaço do pensamento eterno

Da enigmática e pensante Yumê.

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