FOTO: Thiago Lucarini
O
poste vivia solitário.
Acreditava
existir
Espaço
demais
Entre
ele
E
seus vizinhos.
O
poste nunca
Era
visitado
E
nunca visitava.
Não
ganhava
Bom
dia ou boa noite.
Seus
semelhantes
Eretos
são duros e frios.
Mal
se ligavam por fios.
Podia
fazer chuva
Sol,
nenhum dos dois,
Ficar
doente, estar sadio.
Nenhuma
boa política
Amenizava
aquela
Distância
imposta.
Apesar
de os postes
Serem
de Luz
Tinham
condutas
Escuras
e avessas.
Mesmo
nas noites
Quando
um poste
Ficava
sem luz
Outro
jamais
Ia
visitar o apagado,
Pois
não há maior
Tristeza
a um poste
Que
não ter luz.
Nada
os compadecia
Nada.
Ao poste
Solitário,
não restou
Muita
saída
Teve
que se contentar
Com
algum humano
Usá-lo
de encosto
Um
pássaro
Fazê-lo
de poleiro
Ou
esperar o quente
Xixi
de um cachorro.
Os
afetos mais gentis
Que
enquanto poste
Poderia
ansiar.
Com
seus iguais
Continuou
a ter
Milimetricamente
O
disposto
Espaçamento,
afinal,
Nada
podia fazer.
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