quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

POESIA - RESTOS MORTAIS DAS CORES - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

O que será das cores que se acabam
Se não um mar desbotado?
O que será das cores que morrem
Se não preto e branco sem poesia?

O que será do mundo sem cor?
Caminhos e seres em anulação:
Abelha sem mel e ferrão
Flores sem perfume e graça
Bailarina sem leveza e movimento
Estrela sem brilho e fulgor
Poeta sem inspiração e papel
Górgona sem víboras e pedra
Narciso sem encanto e reflexo.

Não hei de enterrar minhas cores
No chão, no vão, num caixão
Prismático ou caleidoscópio.
Quero as cores para o mundo.

De preto e branco basta minha alma.

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