A
cigana cartomante
Pediu
para ler minha mão
Vestida
de linho e destino
Pudera
minha mão ser um livro (passado e futuro)
Assim,
leríamos ambos os enredos:
Amoroso,
fatal, pálido, sem sal ou sol.
Não
acredite cartomante que essas vagas mãos
Sujas
de tinta e resquícios de poesia
Guardem
tantos segredos e mistérios.
Talvez,
tenham apenas calos demais desta vida.
Cartomante
eu não sei se realmente és mística
Mas
sou poeta, não sei se de fato verás o meu futuro,
Contudo,
se não o vir, lhe garanto que minimamente
Lerás
algumas boas e velhas poesias
Sangradas
e regadas por estas mãos.
Talvez,
cigana cartomante saias desta leitura
Menos
sobrenatural e mais naturalmente humana
Pois,
ser, por demais, humano é a sina de todo poeta
(tenho
um coração aberto a tempestades
e
lágrimas profundas nestes olhos rasos).
Cartomante
depois de toda essa leitura (na rua dos prazeres)
Vamos
a um bar e aonde beberemos chá
(sei
que isso não faz sentido)
Menos
sentido ainda teve o destino ao cruzar nossos caminhos
De
adivinha e prenunciador.
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