quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

POESIA - VULTO - THIAGO LUCARINI





Nascido ali
Na quina do olho
No útero de soslaio
Reside o vulto
Escuro, mudo
Pronto pro
Susto agudo.
Gira a cabeça
Mira de esguelha
De través
E procura
Cadê?
De viés
Cadê?
Cadê o vulto
Que estava ali
Há um segundo?
Já se foi!
É rápido
Senta-se
A sombra
Convexa
Oblíqua
E espera
O tempo certo
De uma ilusão.
Ele, o vulto
Está ali
Na quina do olho
No útero de soslaio
De esguelha
De través
De viés
Aguardando
Enviesado.
Num piscar de olhos
Um instante de brevidade
Já não está mais.

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