FOTO: Thiago Lucarini
nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé
Paulo Leminski
Poesia
é a poeira do cosmo.
Criacionista
primeva, o esperma
Derramado
na cama de hélio das estrelas.
Poeira
esta que é captada pelos olhos
E
outros órgãos-sentidos e guardada na alma.
A
alma condensa a poeira,
Em
fusão e faz frágil vidro.
Adicionando
mais pressão,
Carbono
e tempo de ciência
O
vidro se faz diamante.
Algo
totalmente sem sentido
Eu
sei! Assim é a poesia
Do
impossível e infinito
Uma
religião de fé fundamentada
Nas
dúvidas e incertezas do eu.
E
este diamante vai parar
No
papel virginal-templo e quebrar-se
Nos
olhos do crédulo leitor,
Uma
joia voltando a ser poeira
Voltando
a ser parte, arte
Indissociável
e cíclica deste universo
Para
ser recapturada por outra alma
Estabelecendo
dogmaticamente
O
culto de refazer-se sob a face
De
diferentes verdades pessoais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário