segunda-feira, 30 de novembro de 2015

POESIA - POESIA - POEIRA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé

certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé
Paulo Leminski

Poesia é a poeira do cosmo.
Criacionista primeva, o esperma
Derramado na cama de hélio das estrelas.
Poeira esta que é captada pelos olhos
E outros órgãos-sentidos e guardada na alma.
A alma condensa a poeira,
Em fusão e faz frágil vidro. 
Adicionando mais pressão,
Carbono e tempo de ciência
O vidro se faz diamante.
Algo totalmente sem sentido
Eu sei! Assim é a poesia
Do impossível e infinito
Uma religião de fé fundamentada
Nas dúvidas e incertezas do eu.
E este diamante vai parar
No papel virginal-templo e quebrar-se
Nos olhos do crédulo leitor,
Uma joia voltando a ser poeira
Voltando a ser parte, arte
Indissociável e cíclica deste universo
Para ser recapturada por outra alma
Estabelecendo dogmaticamente
O culto de refazer-se sob a face

De diferentes verdades pessoais.

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