segunda-feira, 9 de novembro de 2015

ARTIGO: FUNCIONALISMO: PRIMEIRO EU, DEPOIS VOCÊ - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Não é de hoje que vale a máxima: “O serviço público não presta.” Seja em qualquer uma das três esferas federativas: municipal, estadual e federal, e que toda a responsabilidade disso se deve a baixa remuneração, a qual, estão sujeitos os funcionários públicos. Obviamente, que isso procede até certo ponto, mas o funcionalismo em uma parcela significativa acaba por ser corrompido por este pensamento. Hoje, falarei do sucateamento do serviço público pela apatia, conveniência e conivência do funcionalismo.
Atrasos rotineiros, abuso de poder, sobrecarga de trabalho, sobreposição de áreas de atuação, saídas constantes fora de hora, comportamentos mais graves como: assédio moral e sexual, entre outros. Vale aquilo que melhor me favorece. Sendo um problema novo gerado a cada dia devido tais condutas. Muitas vezes os grupos diretivos abordam uma conversa totalmente diplomática, mas que no fundo não tem qualquer intenção de resolver coisa alguma e acabam vivendo de panos quentes sobre situações que se arrastam por longos anos como um câncer maligno.
Fatos estes que sobrecarregam aqueles que de fato trabalham corretamente sendo muitas vezes as diretrizes, o regimento interno e direitos totalmente usurpados de quem realmente merece. Parece sempre haver um favoritismo incômodo e estranhamente repetitivo para alguns. Ora, se eu sou um líder, um presidente, um mestre, um médico, um político; devo pautar minha conduta na seriedade e no respeito; e o exemplo deve partir de mim, afinal, eu sou o espelho para muitos e mesmo o funcionário fora do eixo de gerência e chefia deve por sua vez ter sua linearidade de posicionamento e conduta, pois a honestidade independe da posição e cargo na empresa.
Todavia, creio eu, que este exercício de maus atos se deve a máxima referida inicialmente, que muitos destes, já desistiram de lutar contra a maré, contra os pequenos abusos do regime e do sistema que deveria ser igualitário e funcional independente da linha hierárquica de uma instituição pública. Além de existirem poucas medidas efetivas de coibição, de combate e punição.
Quanto mais velho de casa o funcionalismo, mais cheios de manias, mais cheios de falsos poderes conquistados, mais cheios de direitos ilusórios, mais orgulhosos e arrogantes, e deixo claro: isso é desvio de conduta, pequenos atos de mau-caratismo. Quando só quero me favorecer com benefícios tirados de outros sem me importar com os danos e consequências sobre o alheio é chamado de: CORRUPÇÃO.
Então, não adianta criticar o político do seu país que trava todo o sistema organizacional de trabalho dos órgãos da União, se você próprio não faz por onde e só quer o melhor para si, não há muita diferença entre você e o político, pois estes desvios que comete é desonestidade e está prejudicando alguém, sendo apenas a proporção de prejudicados a separação entre você e o mau político. Se na Bíblia diz que para Deus não há diferença entre pecados, portanto, pecado é pecado. Acredito que corrupção é corrupção.

Posso ser um tanto utópico, até idiota, mais ainda acredito que a melhor forma de pedir algo, de educar, de governar, e de exigir padrões e mostrando o exemplo, numa conduta reta, eliminando estes pequenos vícios que são gerados e que são reflexo da correnteza de descrença no Estado e no seu funcionalismo de “primeiro eu, depois você.”

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