Ana
Maria tinha fixação por piolhos
Antes
de tê-los ansiava achar um para criar.
Quando
foi para a escola finalmente
Atingiu
seu objetivo tão sonhado
Ganhou
uma lêndea de uma solidária amiga.
Ana
cultivou e cuidou da lêndea
Até
ela romper num belo piolho.
A
criação da menina multiplicou
Como
fogo em líquido inflamável.
Ela
adorava aquele coça, coça e coça
Em
sua cabeça, vivia com as mãos nos cabelos.
Com
o tempo e com tantos piolhos e lêndeas
O
cabelo negro de Ana Maria tornou-se branco
E
ela amarela de anemia, porém a menina
Não
aceitava perder sequer um único piolho.
Dava
para ver as filas indianas dos insetos
Andando
pela cabeça dela, era piolho sobre piolho
As
lêndeas formavam elos em corrente nos fios
Ou
agregavam-se às placas de caspa dura.
Ana
Maria tinha mais de 3 kg de piolhos
Um
recorde de criatório humano, apesar
De
toda nojeira Ana Maria estava feliz
Com
seu coça, coça e coça sem fim.
Os
piolhos, por sua vez, logicamente
Amavam
devotamente Ana Maria.
Afinal,
foram feitos um para o outro.
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