sexta-feira, 13 de novembro de 2015

POESIA - MAR DE FERRO - THIAGO LUCARINI

Pegue teu gozo de fiasco
Falsa euforia dominical
E enfie-o goela abaixo
Sem remorso ou ponderação.
Ninguém quer saber
Da felicidade alheia
Quando a desgraça e o choro
São mais comoventes e atraentes
O circo dos horrores é sincero
Não vende a alma, mas os pedaços dela.
A lágrima em detrimento do sorriso
Quanto vale sua alegria, sua empatia?
Com certeza menos que a tristeza.
A insensibilidade e a frieza
São cultivadas como praga
E vamos nos perdendo
Em meio a esta erva daninha.
Neste mar de ferro, de impiedade
Que não gera afogados
Tamanho egoísmo ao alheio,
Afinal o aço não chora
Só derrete com ácido
E somente é retorcido

Com o peso de mil lágrimas.

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