terça-feira, 3 de novembro de 2015

POESIA - O BEIJO DA DEVASTAÇÃO - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Eu escuto...
Este som abafado
Como unhas sendo arrastadas no chapisco
Feito o estilhaçar de vidro sendo pisado...
Eu escuto as ranhuras da alma
Crescendo, subindo pelas paredes do ser
Uma tatuagem maligna impregnada
Um estigma letal na pele do âmago sepulcral.
Eu escuto...
Os pedaços caindo e se desfazendo no abismo,
As ranhuras tornam-se maiores
Viram fendas, colossos do fim comprometendo
Toda a estrutura e não há cola para remendo.
Eu escuto...
Este som...
O som da minha alma se quebrando...
Fundação rasa...
Pilares ruindo...

Sob o beijo da devastação...

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