terça-feira, 24 de novembro de 2015

POESIA - KAJIU - THIAGO LUCARINI

Tenho um emaranhado dentro de mim
Crescendo, expandindo, envolvendo-me.
Encaro estes fios que se desenrolam
Como as víboras da cabeça da Górgona
E que se configuram num monstro
Expressivo, dominador, opressor
Uma criatura sobrenatural composta
Por aberrações e perfume mitológico
Que me transforma em pedra vulgar.
Meus demônios são grandiosos
Vezes maiores do que o singelo humano
Chamado: Eu. Por vezes, acredito que eles
Sejam intransponíveis, pois se agarram a beira
Da minha alma suja de lama, fortes e altos
Fazem sombra no meu sol interno
Viro estátua coberta de musgo e pesares.
Na maior parte do tempo parece tudo perdido
Mas então, me livro do pensamento rebanho
Imposto por eles, e oro em busca de salvação
Quebro a crisálida pétrea e sufocadora.
Neste instante, desce fogo do céu vindo da espada
De São Miguel Arcanjo. Fogo este que corta
Queima e derruba todos os meus opressores.

Somente a fé é maior que qualquer monstro.

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