Que saudades eu tenho de mim
Daquele tempo onde eu não era
Azedo poeta, de olho clínico à vida,
Saudades da infância onde eu era apenas
Uma criança de sinapses básicas
E pensamentos e condições elementares.
A vida adulta lambeu minha doçura, roubou-me o sorriso
sincero,
Amargou minha ingenuidade, naufragou meus sonhos
estelares.
Hoje, quando olho no espelho, vejo um velho distorcido,
Sem qualquer traço do passado além de o tempo passado.
Que saudades eu tenho de mim,
Que saudades eu tenho de mim.
Às vezes sonho, e volto às terras da minha primavera
E, ali, reconheço todo o impossível concreto que
existiu num sorriso.
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