A boca que fala
É maldita.
As mãos que trabalham e doam
São santas.
O corpo que fala pelo falo
É maldito.
O corpo que responde à inocência
É santo.
Os pés que desviam da linha
São malditos.
Os pés que seguem a linearidade ao precipício
São santos.
Os olhos que veem e recusam
São malditos.
Os olhos cegos e condescendentes
São santos.
A vida que goza em alegria
É maldita.
A vida que se ergue em dor
É santa.
O pensar crítico
É maldito.
O pensar cabresto
É santo.
E tão-somente, mas tão-somente a morte
É santa e maldita.
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