sexta-feira, 30 de setembro de 2016

POESIA - LIBERDADE DAS COISAS MÓRBIDAS - THIAGO LUCARINI

Meditava, irritado, sobre a textura física da vida.
George Orwell

Sobre todas
As coisas mórbidas

A liberdade das coisas
Já passadas da vida.

Sobre o monte de carne
Deitada e amanhecida

Enraíza-se uma flor de textura estranha,
A conformação dos últimos sentires.

Enfim, pousada a mente no nada,
No nada germina e se estabelece, e ali,

Conhece, de verdade, pela primeira vez,
A liberdade da condição humana tecida

Livre da aspereza, da dureza, da rugosidade,
Da lisura, da porosidade, da maciez, da liquidez.

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