sexta-feira, 23 de setembro de 2016

POESIA - CARNE MORDIDA - THIAGO LUCARINI

Cada fim do dia
Mastiga um pedaço
Da carne do que fomos.

E livres deste obsoleto
Pedaço falido abrimos
Caminho na derme para nova

Semeadura do eu de amanhã.
Vão-se os dias, os nacos de carne vencida,
Carne esta do pensamento e da alma,

Pois a do corpo fica, curtida
Em banho-maria pelas rugas do tempo.
Morde-nos os dentes dos ponteiros.

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