Cada fim do dia
Mastiga um pedaço
Da carne do que fomos.
E livres deste obsoleto
Pedaço falido abrimos
Caminho na derme para nova
Semeadura do eu de amanhã.
Vão-se os dias, os nacos de carne vencida,
Carne esta do pensamento e da alma,
Pois a do corpo fica, curtida
Em banho-maria pelas rugas do tempo.
Morde-nos os dentes dos ponteiros.
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