sexta-feira, 20 de maio de 2016

POESIA - VARANASI - THIAGO LUCARINI

O cortejo dos enlutados
Desce a escadeira à beira
Do rio sagrado das almas

O corpo é depositado na esteira.
Ritual, a pira funerária é acesa
Entre cânticos e silenciosas estrelas.

Desfeito o corpo, suas cinzas
São levadas pelas sacras águas
Do infinito Ganges. Quebra do ciclo

De repetição: de renascimento e de morte, perpétuos.
A última existência recebe, enfim, a liberação do carma

Torna-se energia sagrada, pois alcançou Moksha.

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