A
luz defunta
Da
escravatura brilhou
No
céu abiótico da Colônia.
Só
a noite detinha asas de liberdade!
Arrobas
de açúcar puro
Moeram
os ossos nos gomos da cana.
Gemeu
o engenho mastigando vidas.
Manufatura
do caldo de almas subjugadas.
Picaretas
amaciaram o concreto mineiro
Na
fundição pepitas se tornaram joias de esmero
Aos
escravos restou uma pobre coleção de calos.
Ouro
de negro não vinha das minas. Vinha da união.
Os
cafeeiros cobertos de flor
Desfizeram-se
de suas pétalas brancas
Abortando
o fruto através suor áfrico, e pavor.
As
flores caíram para sepultar açoitados segredos.
A
chibata impiedosa estalava
No
lombo forjado de cicatrizes dos negros,
Escravos
que só tinham grilhões, e uma apertada senzala.
Apenas
o sonho e o próprio sangue os alimentavam.
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