sexta-feira, 20 de maio de 2016

POESIA - À SOMBRA - THIAGO LUCARINI

À sombra
Dos funestos prazeres
O lamacento pecado.

À sombra
Do eu existencial
A ardilosa tentação.

À sombra
Da minha vontade
A praga da corrupção.

Como manter-me puro?
Se muitas vezes, eu só tenho a mim

As sombras me cercam
E de dentro delas vejo o sorriso do diabo.

Com medo faço regressão e viro
Criança manipulada pelos instintos

Sempre amedrontada pelo bicho-papão
Da religião. Como manter-me puro?

Resta-me apenas um consolo salvador
Que em sagradas palavras diz:

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo,

À sombra do Onipotente descansará.

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