sexta-feira, 20 de maio de 2016

POESIA - COROA - THIAGO LUCARINI

O vaga-lume fora coroado
Rei da noite
Pela majestosa lua.

O leão fora coroado
Rei da selva
Pela força e valentia.

O canário fora coroado
Rei do canto
Pela sinfonia regente da vida.

A borboleta fora coroada
Rainha da metamorfose
Pela natureza mutante.

E eu?
Que coroa recebi?
Vim do útero, nu.

Recebi fardos e pecados.
Uma coroa reluzente
Específica para mim, não vi.

Alguns dirão: sua coroa
é o amor, a vida, a poesia,
a auréola da eterna morada.

Mas terei eu, de fato,
Uma coroa? Serei rei?

Terei desambiguação do ordinário humano?

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