sexta-feira, 6 de maio de 2016

POESIA - O ABORTO DA ROSEIRA - THIAGO LUCARINI

O ventre do galho escarpado
Abortou da hirta haste
O embrionário botão.

Por que roseira? Por quê?
Quero o porquê disto?
Não amavas o inocente rebento?

Por que não deste a chance
De o botão florir, bela rosa ser
E de sua flor no calor do sol sorrir?

É primavera roseira, e mesmo assim,
Abortaste. Não perdoo. O botão caído no chão
Recebe um funeral, e últimos préstimos das famintas formigas.

Ó Deus! Agora vejo. Ó vida! Ó vida!
Caiu da roseira o botão-embrião
Para ser comida! Para ser comida!

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