sexta-feira, 6 de maio de 2016

POESIA - RUPTURA DA CHIBATA, 1888 - THIAGO LUCARINI

XVI, XVII

Os canaviais em riste ciciaram
O segredo ao Sol curioso da Pátria.

XVIII

As minas auríferas secas choraram
Suas últimas gotas de ouro eivado.

XIX

Os cafeeiros se vestiram com esmero
Para o derradeiro ato real do Império.

1888. 13 de maio, princesa Isabel
Em posse de cálamo e bom papel

Assina a alforria dos escravos da União.
Daquele momento em diante rompeu-se a chibata

Estabeleceu-se a abolicionista Lei Áurea.
Homens deixaram de serem escravos de homens,

Mas será que deixaram de serem escravos de si?
Findou-se a escravatura legitimada, porém

Iniciou-se a servidão marginal, que se estende
Até os dias do Brasil atual, e esta permanece sem alforria em vista. 

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