sexta-feira, 13 de maio de 2016

POESIA - SODOMA - THIAGO LUCARINI

Sou semelhante à Sodoma,
Um templo de estupidez.
Fui erigido por um ventre
Carregado de cinzas e sal.
Não há mal que eu não tenha,
Coleciono hordas de pecados
Sou de asco, retardo e fiascos.
Padece minha alma rasa
Neste corpo maculado,
Cheio de nódoa da morte.
Anjos morrem ao meu arredor
Em lamentos profundos, pois
Quebro suas auréolas sem orar.
O inferno se abre convidativo
Para a derradeira festa de ninguém.
Eu, Sodoma, cidade sem rastro,
Quadro emoldurado pela chuva
De fogo e enxofre. A última
Tentativa de purificação
Do horror perpétuo que sou.

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