sexta-feira, 13 de maio de 2016

POESIA - O BERÇO NADA ESPLÊNDIDO DE GOIÁS, XVIII - THIAGO LUCARINI

O índio nativo goiano
E o contrabandeado negro africano
Elo operante do comboio bandeirante

O domínio pela espada do homem branco

Que veio abrir as minas auríferas com o uso
De arrobas de sangue para amolecer a dura rocha.
Os jesuítas faziam às Descidas pelo leito dos rios

Aglutinação dos órfãos da sorte

Cativando índios e recolhendo
As vendáveis e raras Drogas do Sertão.
Os paulistas apoiados pela Coroa nas Bandeiras

Chegada dos senhores sem pertencimento, de fato, a terra

Vinham subindo do Sudeste abrindo caminho,
E desembocavam no centro do coração brasileiro
Para expedições de reconhecimento de jazidas.

Goiás, a áurea aposta de novos recursos do Império

Achou-se o ouro. Extinguiu-se o índio,
Inutilizou-se o escravo comido pela boca faminta das minas.
Depois de estabelecida a rotina embalou-se o embrionário Estado

Do ventre seco das jazidas brota à crise do poderio

Precário, flutuante e isolado pelas suas terras maternas.
Sem índios e escravos para mão de obra, os ricos para não se tornarem pobres

Voltaram-se a agropecuária de subsistência comendo as cinzas da fênix dourada.

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