Mina
água das entranhas da terra
E
vem descendo da serra, descendo da serra.
Avolumando-se,
engordando-se
Deixando
de ser risco diáfano para ser rio
Para
ser mar, em cada gota um desejo oceânico
De
crescer e ser espelho do céu altíssimo.
Desde
lá do alto da serra
Na
floração líquida na boca da mina caiu uma folhinha
E
veio descendo da serra, descendo da serra.
Navegando,
velejando, sobrenadando
Até
chegar ao salgado impávido oceano.
Enquanto
a água crescia em sua jornada
A
folha ia se degradando sem pesar
No
final da fantástica odisseia fluída
A
água era profundidade e imensidão
E
a folha parco resto de decomposição.
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