Meia-noite
a flama arde
Embarque
covarde
Num
cais cargueiro
Da
África explorada.
Abarrotam-se
os porões
De
um navio negreiro
Abolicionista
de sonhos
(da
Terra raiz)
Levando
almas aprisionadas
Para
ricos fazendeiros
Do
distante além-mar.
Depois
de carregado
De
mão de obra capturada
Veio
o navio traficante
Sacolejando
pelas águas
Sem
mínima estrutura.
Grilhões
e correntes soando
O
tom da ingrata escravatura.
E
os homens feitos escravos
Chorando
em sintonia
Sem
concordar
Com
a imposta partitura.
É
anunciada a chegada
(na
grande prisão Brasil)
Aos
que não sucumbiram a viagem
As
porteiras das fazendas se abrem
Recebendo
o despejo do navio negreiro.
Vibram
os senhores compradores
Lamentam
no lombo os chegados escravos
E
choram suas flores os compadecidos cafeeiros.
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