Enigmático e lúdico pássaro preto
Pousado no fio do poste de energia
Fiando com o olhar a vida em linha.
Sobre sua cabeça o céu cobalto
Sob suas diminutas patas a força singular
Na garganta a soberania do canto da alma.
Embaixo do fio, dicotomia, uma cerca viva florida,
Mato amarelado dormente do outono sonolento
E uma estrada de terra batida, portal para outra
época.
Pássaro preto sobre o fio elétrico perto de um
transformador
Até poderia ser uma pintura particular, de vibração
magnética
Única. Bucólica nostalgia dos campos silvestres da
infância.
Logo, o pássaro preto alça alto e belo voo
Indo figurar outros cenários de reminiscências
E a compor em suas asas as almas do vento e do tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário