Nunca ser tolo fez
tanto sucesso, tal fato, creio eu, deve-se ao insucesso, a nossa própria incompetência
de educar-se, trata-se de um eco reverberante daquilo que não construímos. O
tolo é de fácil entendimento, contenta-se com pouco, e é de mais fácil
dominação. É o grato piso das elites e dos seus sistemas de manutenção do status quo.
Os tolos felizes
passam a pão e circo, e nada mais. São comportados, sequer aspiram
insurgirem-se, subverterem o sistema que o próprio gira. É um fruto social de
parcas subculturas, e ficam estes suspensos num meio de cultura acre e manipulável
de estufas capitalistas e falsa ordem moral. Ali, ser feliz é estar bem no hoje
e ser plenamente grato pelo o que se tem, mesmo que insuficiente. O que importa,
de toda forma, é a esperança de alcançar
seja lá o que for em algum imprevisto dia do futuro. Afinal, lhes fora dito: “Não
há nada tão ruim que não possa piorar. ”
Porém, enquanto,
tolos passivos só proliferamos o ‘nada tão ruim, mas aceitável’, uma vez que, o
nada não gera incômodo nem conforto,
os tolos são adestrados para a inércia e crer na salvação alheia ou mística e
nunca de si mesmo. No conto sádico, muito bem, elaborado, os dominantes – elitistas separatistas
–, aplaudem
e perpetuam este culto aos tolos que alimenta e sustenta o seu mundo ideal.
Pensemos que a
frase-lema um dia, talvez seja: “Não há nada tão ruim, que não possamos
melhorar. ” É óbvio, que os tolos jamais acabarão, mas não custar sonhar que
futuramente sejam apenas uma ridícula sociedade secreta sem culto, sem
aprovação. Aonde não exista mais o abanar do rabo para quem distribui nas
mazelas migalhas travestidas de grandes atos. Procure dentro de
si, se você é o fruto-consciente ou o exato fruto-tolo que a árvore do sistema
deseja produzir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário