Minha carcaça dilacerada
De quimera ferida, atraída
Pelos espinhos do orgulho
Jaz no leito do fim, estirada sem amor
Sobre o incômodo esquecimento da vida.
Das minhas feridas místicas e funestas
Brotam flores utópicas e sem perfume,
Do meu sangue flui um arco-íris desbotado.
Urro clamando socorro dos bons e úteis,
Mas padeço. Sozinho, padeço colecionando
Abscessos e pústulas, envolto num mar de sânie.
Vejo acima de mim o céu azul e ao longe o mar cobalto.
Que, eu, mesmo sendo mais uma quimera ferida na vida
Possa tangenciar estes; céu e mar de azul anil dos
sonhos.
Que ali, na fantasia, deixe eu a fera para ser um
ser sutil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário