sexta-feira, 29 de julho de 2016

POESIA - O PRECIPÍCIO DAS LÁGRIMAS - THIAGO LUCARINI



A lágrima nasceu no canto do olho
E morreu no precipício do queixo.

Pelo caminho irregular o rastro
Deixado de um rio parco e raso.

Depois de a primeira lágrima morrer
Muitas outras solidárias a seguiram

Abrindo novos sulcos no rosto aguadeiro
Indo igualmente despencarem do desfiladeiro.

E assim, na sina melancólica daquele dia
Lágrima após lágrima caia em sutil chuva

Regando os pés desnorteados que andavam
Em busca de consolo para o ferido coração.

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